O sol pode ser usado como fonte de energia de duas formas: a primeira é na verdade uma opção de economia de energia. As placas termo-solares, já bem comuns no País, usam o calor do sol para esquentar a água, substituindo o chuveiro elétrico.
No entanto, há outro uso mais complexo: com a instalação das chamadas placas fotovoltáicas é possível captar a luz do sol e transformá-la em energia elétrica - energia usada para acender lâmpadas e ligar todo tipo de equipamento.
Pequena usina
As placas fotovoltáicas fazem de cada casa uma pequena usina de geração de energia solar, que transforma raios solares na energia necessária para acender a iluminação e ligar equipamentos. Mas o sistema tem limitações: enquanto as placas geram energia durante o dia, o pico de consumo nas casas ocorre à noite. A solução é um sistema de empréstimo de energia ao sistema, permitido desde o ano passado por uma resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
É o que acontece na casa de Carlos Eduardo Tiusso, em Brasília. De dia, ela fornece energia para o sistema da cidade. De noite, quando o morador chega em casa, utiliza a energia que injetou sem precisar pagar por ela. Carlos investiu R$ 17 mil para equipar a casa com placas fotovoltáicas e equipamentos medidores. As instalações garantem 70% da energia que a família dele consome. Os outros 30%, Carlos compra da distribuidora de energia. “Tem grande benefício energético, por exemplo, pra utilização de ar condicionado. Quando está mais calor, entre 14h e 16h, é quando o sistema está gerando mais energia.”
Distribuição
Essa solução transforma qualquer casa em uma pequena usina geradora de energia - o que, segundo o gerente de normatização da Companhia Energética de Brasília (CEB), Celso Nogueira, tem uma vantagem: a geração acontece no próprio lugar de consumo, evitando gastos de distribuição. "[A energia] solar usada no próprio local de consumo alivia a geração distribuída. Uma grande parte do preço de energia é a distribuição."
O professor da Universidade de Brasília Paulo Salles aposta em um sistema descentralizado para responsabilizar o consumidor. "O tempo das grandes obras acabou. O ideal é uma visão descentralizada, se eu puder criar eu mesmo a energia que consumo. No novo paradigma, cada um deve ser capaz de gerar sua própria energia."