Na mesma base de comparação, a receita líquida da companhia, controlada pela maior siderúrgica do mundo em volume, cresceu 8,2% e totalizou R$ 17,99 bilhões. A empresa vendeu 8,9 milhões de toneladas de aço em 2014, aumento de 10%, sendo 71,5% ao mercado doméstico.
O relatório da administração, que acompanha as demonstrações financeiras, aponta ainda expansão de 21% na produção de aço plano, para 5,36 milhões de toneladas — 32% entregue a Calvert, usina que o grupo controla com a Nippon Steel & Sumitomo Metal e que pertencia à alemã ThyssenKrupp. No segmento de longos, foi observado recuo de 7%, para 3,3 milhões de toneladas.
Além disso, o controle de gastos ajudou a conter os custos no ano e essa linha do balanço avançou 6,3%, em ritmo bem menor do que o faturamento. Os custos chegaram a R$ 14,18 bilhões. As despesas com vendas, contudo, saltaram 53,3% e chegaram a R$ 610,3 milhões, e as gerais e administrativas aumentaram em 15,8%, para R$ 442,1 milhões.
A Arcelor brasileira se beneficiou no período da comercialização de sucata e escória resultantes de sua produção, o que elevou o ganho com essa atividade em 65%, para R$ 448 milhões. Também reforçou o resultado a alienação da laminadora Huatian em 2014, que deixou a linha de venda de ativos em R$ 281,8 milhões.
Apesar da melhora operacional registrada, a companhia aproveitou para criticar o cenário atual da economia brasileira no relatório da administração. “O país precisa urgente de uma política governamental clara para defender a indústria doméstica contra a importação predatória de aço”, pediu o grupo.
A controlada da siderúrgica de Luxemburgo também lembrou que os desafios são grandes para 2015. Há um excedente de oferta do aço no mundo, que leva ao que a Arcelor chamou de “distúrbios no fluxo de comércio internacional”. Esse é o principal problema da competição com o produto importado, analisou a empresa.
“A situação atual dá sinais de que passaremos por um período macroeconômico de muita dificuldade em 2015”, lembrou a administração. “A pressão inflacionária, as ameaças de desabastecimento de água e de racionamento de energia, o aumento de custos e a instabilidade cambial são ameaças adicionais aos negócios.”
A última linha do balanço contou também com uma base de comparação mais fraca na linha de tributos sobre o resultado, já que unidades haviam aderido ao programa de refinanciamento de tributos do governo federal em 2013. Assim, e com o imposto diferido de R$ 518,3 milhões no total, a empresa teve crédito fiscal líquido de R$ 418,3 milhões.
Fonte: Valor