De acordo com o Ibre, aumentou o pessimismo dos empresários em relação a economia do país tanto ao momento presente quanto ao futuro no curto prazo
Índice de Confiança da Indústria da Fundação Getulio Vargas recuou 9,2% de fevereiro a março
O Índice de Confiança da Indústria da Fundação Getulio Vargas recuou 9,2% de fevereiro a março ao passar de 83,0 para 75,4 pontos. Esse foi o menor nível desde janeiro de 2009 (74,1) e ficou bem abaixo da média histórica dos últimos anos (101,6 pontos).
O levantamento refere-se à Sondagem da Indústria de Transformação feita pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgado nesta terça-feira (31). De acordo com o instituto, aumentou o pessimismo dos empresários em relação a economia do país tanto ao momento presente quanto ao futuro no curto prazo.
O Índice da Situação Atual caiu 10,4%, com 75,3 pontos, o mais baixo desde julho de 2003 (70,4) e o Índice de Expectativas (IE) teve queda de 7,8% atingindo 75,5 pontos, o menor desde fevereiro de 2009 (73,3).
O superintendente adjunto para Ciclos Econômicos do Ibre-FGV, Aloisio Campelo Jr.,observou que essa percepção mais negativa vem sendo disseminada no setor desde novembro de 2008, ano da crise financeira internacional. Ele salientou que a desvalorização do real diante do dólar pode resgatar em parte a perda de confiança. “O ganho potencial de competitividade externa, com a desvalorização do real, passa a concentrar as atenções do setor como uma válvula de escape para compensar em parte o cenário doméstico desfavorável”.
A pesquisa envolveu entrevistas com representantes de 1.141 empresas no período de 3 a 26 de março e o que mais influenciou a queda quanto ao momento atual foi o nível de demanda com retração de 16,4% e 67,3 pontos, o mais baixo desde julho de 2003 (66,2 pontos). Ao serem questionados sobre a demanda forte, apenas 2,6% responderam que sim, parcela bem inferior à registrada de janeiro a fevereiro (7,4%). O universo que classificou a demanda de fraca subiu de 26,9% para 35,3%.
Em relação ao IE, o fator que mais impactou a queda foi a percepção empresarial sobre a evolução dos negócios para os próximos seis meses, com redução de 12,5%, com 84,8 pontos, o menor desde março de 2009 (82,8). Para 20,7% dos entrevistados pode ocorrer melhora, taxa acima da verificada na pesquisa anterior (19,8%). A pesquisa mostra que cresceu a parcela dos que acreditam em piora (de 22,9% para 35,9%).
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada recuou 1,2 ponto percentual ao atingir 80,4 pontos, o menor nível desde julho de 2009 (79,9%).
Fonte: AGÊNCIA BRASIL