Até 2020, a mineração deve gerar mais de 83 mil empregos no Pará. A estimativa foi anunciada ontem pelo presidente do Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral), José Fernando Gomes Junior, durante sessão especial na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), em comemoração ao Dia Estadual da mineração. Dentre os desafios do setor, que neste mesmo período deve movimentar em torno de US$ 31 bilhões em investimentos, estão as barreiras logísticas e tributárias.
“Todo aumento de carga tributária preocupa o setor. Somos o segundo elo na cadeia produtiva e nossa preocupação é de que estes fatores possam afetar o resultado final que é o consumidor”, afirmou José Fernando.
Durante a sessão especial, o presidente do Sinmineral também destacou avanços, como a internalização dos empregos – ele citou, por exemplo, que na Mineração Rio do Norte, por exemplo, hoje, 87% das suas contratações são preenchidas por paraenses – mas chamou atenção para necessidade do país avançar na rediscussão do pacto federativo, que tem penalizado o Pará nas exportações, bem como concluir obras importantes como a ferrovia Norte Sul, a hidrovia do Araguaia Tocantins e a construção de novos portos que possam melhorar o escoamento da produção.
O presidente da Frente Parlamentar da Mineração, deputado Raimundo Santos (PEN), que requereu a sessão, ressaltou a importância da união de esforços para pressionar o Congresso a destrancar estas pautas. Em especial, a discussão do novo marco regulatório da mineração e da regulamentação da Lei Kandir. “Tem que oficializar os nomes de quem vai acompanhar essas discussões destes dois projetos em Brasília porque são questões que vão ao encontro de tudo aquilo que estamos debatendo há tantos anos”, afirmou Santos.
Ele afirmou também que outra prioridade da Frente Parlamentar é fazer com que a sociedade se aproprie destes debates. Até como forma de pressionar o governo federal a concluir obras importantes como o derrocamento do Pedral do Lourenço. “O nosso pensamento é envolver a sociedade nestas discussões. Se não temos a verticalização é porque faltam soluções logísticas. Ninguém vai querer investir em siderúrgica no Pará se não tiver garantia de escoamento”, afirmou.
Crescimento
A secretária adjunta da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Maria Amélia Enriquez, também fez um apanhado sobre o setor e destacou o crescimento da atividade no Estado. Segundo ela, em 2011, 50 municípios paraenses receberam compensação financeira em decorrência da mineração. Em 2014, o número pulou para 62 municípios.
O superintendente do Sebrae no Pará, Fabrizio Guaglianone, também anunciou investimentos de R$ 2 milhões para capacitação de micro e pequenos empresários que atuam no setor. Ele explicou que os cursos que serão ofertados nos municípios de Parauapebas,Ourilândia, Canaã dos Carajás e Belém terão como foco não apenas o atendimento, mas também o acesso ao mercado com mais independência dos grandes projetos mineradores. A expectativa é de a produção dos pequenos empreendedores aumente entre 5% a 15% nos próximos anos.
Fonte: Folha do Progresso