Os projetos de redução de emissão de gases da siderúrgica ArcelorMittal compensam 10% do impacto da empresa no Brasil. E esse não é o principal benefício
Encontrar formas de diminuir a emissão de gases do efeito estufa não é uma novidade para a ArcelorMittal, maior fabricante de aço do mundo. A empresa foi pioneira entre as siderúrgicas na comercialização de créditos de carbono - em 2009, vendeu seu primeiro lote de créditos, originados de projetos desenvolvidos na unidade de Tubarão, no Espírito Santo. Atualmente, as iniciativas em andamento são capazes de compensar a emissão de quase 1,4 milhão de toneladas de carbono por ano, cerca de 10% das emissões totais da empresa. Financeiramente, a receita gerada com a negociação de carbono cobre um volume muito pequeno dos investimentos exigidos nos projetos: em geral, o valor não passa de 1% dos custos. Os ganhos são outros. "Nossos projetos preveem que o refugo de um processo vire matéria-prima para outro, o que garante a estabilidade operacional de nossas unidades", diz Guilherme Correa Abreu, gerente-geral de meio ambiente da ArcelorMittal Brasil. Uma das iniciativas mais antigas reaproveita os gases produzidos na aciaria - setor onde o ferro é transformado em aço - da unidade de Tubarão para produzir energia termelétrica.
Outra usa o calor gerado na produção de coque também para gerar energia. A unidade capixaba é autossuficiente em energia elétrica. Produz 30% mais do que seu consumo, o suficiente para abastecer 160 000 residências - excedente revendido ao mercado.
Fonte: Exame